Choremos de vergonha
da miséria humana no Brasil
Não se fica em vão
lendo a raridade da poesia de Edu Planchez e ao
mesmo tempo ouvindo
Secos e Molhados.
Algumas fotos num
sarau em frente ao SESC é a vida grande e
imensa enquanto
temos ela a vida !
O que seria a vida
sem a poesia ! Quero caminhar pelas estradas
da Mantiqueira,
criar poemas que não serão lidos.
E tudo e não
paramos o tempo. Não tenho a formula da eternidade.
Em décadas seremos
passados mas só existe o AGORA !
Sejamos felizes
AGORA!
Cancões de Secos e
Molhados, poemas de Edu Planchez, Nydia
Bonetti leituras no
Entrementes.
Correr atrás no dia
e silenciar em uma meditação !
E o amor ! Permeia o
viver !
Declamar poemas em
frente ao SESC.
Ao lado de
companheiros de esperança um imenso exercito
brancaleonico !
Conversar com Adão
Silvério enquanto seus sapatos são engraxados
na Rua XV de
Novembro em São José dos Campos.
E falar para ele
tomar um café com Carlos Abranches na
Vanguarda !
Um cartão de banco,
a eterna esperança de um emprego.
E as pessoas na rua
Lunático Dançarino !
A cidade a
Biblioteca Cassiano Ricardo com seus banheiros
trancados porque as
pessoas roubam até a pia do banheiro
é a Nação Brasil.
Jornais do dia … e
a poesia de Edu Planchez nos abre
para viver.
E na voz de Ney
Matogrosso “ O tempo não para “
Cazuza sempre
presente !
E a biblioteca da
cidade tem seu banheiro fechado ao
público e
necessário deixar um rg para ir aos banheiros
no Brasil se rouba
até os banheiros do templo da cultura.
Como diria Ricardo
Faria que cidade !
Eu digo que pais !
Chorei de vergonha
em frente ao Mercado Municipal.
Joka
João Carlos Faria
Cabeças de fósforos se agrupam em minhas
cabeças
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Remo sob a tela do tempo que ora se
abre,
novas são as descobertas,
antigas as vielas
indefinidas que andei arrastando
Conto e não conto as ondas,
conto estrelas e não conto
estrelas
Aqui tudo parece tão simples, exáto e inexáto,
mas não
sou isso tudo,
apenas desenvolvo uma técnica( ou muitas)
de
unir palavras, de mesclar vocábulos,
de arrancar folhas e
dissecar raízes
O resenheista de "O Globo" está certo(errado),
somos
apenas trezentos altistas revirando as tripas,
as veias e os
miolos da inútil poesia
Vivemos mesmo num país "sem olhos",
eu diria, sem
"cabeças"
Vamos falar de cabeças?
Cabeças de fósforos se agrupam em minhas cabeças
para em
outras cabeças desencadearem um incêndio
de proporções
intergaláticas
Que esses gloriosos trezentos leitores,
devoradores de
vísceras,
se manifestem e rasguem todos os jornais
e
retirem a pele de seus próprios rostos com a pele desse poema
que
não é poema
(edu planchêz)